quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Diálogo com Estranhos...

Fui ao Beirute da Asa Norte para tomar uma cerveja com El Brujo. Lá pelas tantas, com os neurônios a nadar em uma piscina etílica, começo a conversar com uma mulher mais jovem. Jornalista como eu. Falamos de literatura, de cinema, de pessoas que não gostam de Brasília. E eis que ela solta a primeira bomba (na forma de uma pergunta, e não de um pum, caro leitor):
“Como é SER divorciado???”
A princípio, fiquei com aquela cara de debilitado mental, olhando para os lados para ter certeza de que não estava escutando vozes de um Além de bêbados.
“Como é o quê?...”
“É. Como é SER divorciado? Você sente falta de algo? Você tem uma rotina nova? Como é?”
“Não, não. Tá tudo normal. Normal mesmo...”
“Cadê a tua aliança???”
Dear Lord...
Tirei meu colar de penduricalhos e mostrei a aliança que dele pendia. A mulher não acreditou.
“Você ainda guarda isso?...”
“Qual o problema”, perguntei.
“Muito estranho, muito estranho. Isso não traz maus fluidos, não?”
“Isso depende se você vai estar na minha cama pela manhã...”
Isso era uma piada. Mas ela não riu, prova de que não entendeu picas (isto, aliás, também foi uma piada, caro leitor...).