quinta-feira, 5 de março de 2009

Meu Diário, Minha Perdição

O final de semana foi passado na companhia dos meus papéis. As agendas, principalmente. Pela última contagem, já são 25 diários e agendas, todos recheados de memórias, afazeres domésticos, reações, decepções, aflições, recortes, besteiras, trechos de textos, manchas de café e duas ou três raríssimas incursões escritas por parte de outras pessoas. Capazes de queimar o filme de muita gente – não necessariamente boa –, esses diários formam parte do meu legado neste planeta. Azar de quem não gostou. Sorte de quem chegou a ler. A simples visão dos diários ordenados em um das prateleiras já causa um calafrio na espinha. Que diabos eu estava pensando quando eu comecei com essa história de agenda e de diário? Certamente não era para imitar aquelas débeis mentais W.A.S.P. glorificadas por filmes de adolescentes da década de 1980. Tampouco era para me divertir. A única resposta coerente para tal obsessão é medonha: loucura.
Eu cheguei a mostrar uma das agendas para El Brujo. Ele percorreu as páginas em silêncio, depois deu um gole na cerveja e disse: “cara, tu é mais maluco do que eu pensava...”.
De fato.