quinta-feira, 2 de abril de 2009

Um Divorciado de Colete Salva-Vida

Estava assistindo a um DVD sobre as batalhas travadas entre os Aliados e os temíveis submarinos de Karl Dönitz no Oceano Atlântico. Lá pelas tantas, apaguei por um minuto. Apaguei visualmente, mas ainda escutava a voz do narrador e o texto relatando o torpedeamento de navios mercantes, em comboios escoltados pelos Aliados, por parte dos submarinos – U-Boats – alemães.
Dönitz não ia muito com as caras de Hitler, Goebbels e principalmente do gorducho Goering. Tanto é que foi ele, Dönitz, quem assinou, já no cargo de último führer do Reich, o armistício com os Aliados. Durante seu julgamento, em Nuremberg, ele foi acusado de crimes contra a Humanidade (principalmente porque deu a ordem para que a Marinha não resgatasse náufragos Aliados...); quase foi parar no cadafalso, se não fosse o testemunho do americano Nimitz, segundo o qual a política de resgate de náufragos do Eixo por parte dos Aliados não era lá muito diferente. Dönitz pegou dez aninhos, e só bateu as botas em 1980.
E por que diabos eu relato tudo isso em um blog de divorciado? Também não sei. As imagens do documentário eram interessantes, apesar de a coisa toda terminar em uma lista muito chata de comboios afundados, submarinos avariados, máquinas Enigma capturadas e, como sempre, muita gente indo para o fundo do Atlântico. Lá pelas tantas, até deu vontade de largar tudo e ir trabalhar em algum cargueiro malaio no meio do nada. Mas aí voltei à realidade dos fatos: tenho medo de águas escuras e tenho medo de tubarão.

Um certo alento no Inferno...

Já passava das 11 da noite quando abri a cerveja long-neck. Até consegui escrever algo, mas alguma coisa me fazia querer parar tudo e, mais uma vez, analisar a situação. Esta não era das melhores, mas certamente não era a pior. Prova disso estava nas páginas de jornais, nos sítios de notícias, na programação das rádios, nos livros de História. Minha situação beirava o agradável; o cômodo.
Na noite anterior, havia assistido ao “Soylent Green” de Fleischer, baseado no livro “Make Room, Make Room” de Harry Harrison. De minha parte, o personagem mais interessante é Sol Roth (interpretado, no filme, por um grandioso Edward G. Robinson, em seu último papel...). Ele é um “book”, idoso “das antigas” responsável pela análise de arquivos e livros no intuito de ajudar a resolver crimes e demais ocorrências policiais. Mais ou menos isso.
O porquê desta parêntese, eu não sei. Acho que deu vontade de me tornar um “book”à medida que este planeta fosse para as brebas.
Quase uma da madrugada, e a rádio continuava ligada na Brasília Super Rádio FM. Fred Astaire e Charles Trenet. Segunda garrafa de cerveja, e mais alguns pensamentos inúteis.