quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Comunicação Interrompida

Só liguei uma semana depois. A história já estava enchendo o saco e queria tirar aquilo a limpo. Não houve preparação alguma, não respirei fundo, sequer pensei nas conseqüências. Apenas disquei os números e esperei alguém atender.
"Alô."
"Sim, boa tarde. Poderia falar com (nome), por favor?"
"Quem gostaria?"
"Um amigo..."
Ouvi uma conversa abafada ao longe, em seguida o barulho característico de quem pega o aparelho de telefone com movimentos bruscos.
"Alô."
"Oi, tudo bem?"
"Oi..."
E a conversa começou. Para minha surpresa, tudo não passou de um susto; uma daquelas fases em que a pessoa quer ficar sozinha, pensar na vida, listar os problemas e tentar achar alguma solução. Ela disse que ia me ligar. Claro. Elas sempre iam te ligar. Meia hora mais tarde, estávamos tomando chopp e caipirinha em um boteco barulhento da Asa Sul. mas foi só. No dia seguinte, mais desculpas. Teve de sair para tal lugar, para comprar tal coisa, esqueceu o celular em casa, foi uma correria. Já estou acostumado.
Não nos vimos mais. E não houve outro telefonema.

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