terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Hardcore Brasília nas Garras de El Brujo

Após duas semanas em Pitboyland, estava de volta à capital. Pronto para um recomeço daqueles, cheio de coisa pra resolver, mas sempre contando com o apoio do principal embaixador de Hardcore Brasília, El Brujo. Mal havia chegado em casa, coloquei as malas num canto, desci até a garagem e entrei no Demônio Azulado. Quando cheguei ao folclórico prédio de El Brujo, o Mendigo Iluminado estava lá, falando sozinho e fumando um cigarrinho qualquer. “Pois é, essa crise vai levar o mundo pro buraco. Mas não sou eu quem vai cavar...”.
Subi os lances de escada e toquei a campainha. Acho que estava tocando Dean Martin. El Brujo abriu a porta ao mesmo tempo em que segurava uma coxinha de padaria em uma das mãos.
“Voltou, foi?”
“Pois é. Tem cerveja gelada?”
“Porra, abri a última pra acompanhar esta coxinha. Vai lá na cozinha...”
“Valeu.”
A cerveja estava especial. Nada como cerveja em Hardcore Brasília. O papo começou de maneira calma, sem ir com muita sede ao pote. Mulheres, projetos, nacos de desespero e demais medos semanas antes da mudança para outro apartamento. Agora que a ex já arranjou uma kitchnet pra ela, começo a procurar apartamento para mim. Ainda não sei se vai ser um esquema quarto-e-sala ou algo menor. Tenho muitos livros, muitos discos, muito papel, oito estantes ao todo; além dos móveis do escritório, o rack pra televisão, a própria televisão, e um sofá-cama. Até dormiria em um simples colchão no chão, mas até isso está indefinido.
“Já achou algum?”
“Tem um na 314 Norte. Ótimo, pequeno, todas as minhas coisas cabem lá dentro, e ainda é calmo. Só não tem garagem, mas o porteiro segura as pontas e passa confiança.”
“Quanto?”
“Quase 200 paus. Mas acho que o cara faz por menos se pagarmos à vista.”
“Meio caro, mas é um investimento.”
“Com certeza.”
Quando a cerveja e as coxinhas de padaria acabaram, decidimos passar pelo Beirute da Norte. Entramos no Demônio Azulado – que, aliás, após duas semanas parado, começara a dar sinais de cansaço – e pegamos o Eixinho. Não tivemos dificuldade para estacionar. Começamos com uma Original, quatro quibes fritos e uma discussão sobre a polêmica frase da mais recente protegée de Sílvio Santos, Maisa: “...eu gosto de um pobrinho...”.
Afinal, a noite era uma criança.

Um comentário:

Dan disse...

não sei o que dizer ao certo..
não tomei café hoje.. essa história de coxinha me deu fome...